quarta-feira, 18 de junho de 2008

Dança Exportação

Na época em que se comemora os cem anos da imigração japonesa, brasileiros fazem o caminho inverso e dão aulas de danças brasileiras no Japão


Entrevista com André Yumoto

Conhecemos André Yumuto através de contatos no Orkut e fizemos a entrevista a seguir.
Pouco tempo depois, lá estava ele e a esposa no Sampa Dança, que cobrimos dia 22/05!
Depois, os reencontramos na Academia Jimmy de Oliveira, onde estavam fazendo aulas de reciclagem.
Dali eles seguiram para São Paulo para outros contatos com profissionais de dança. “Só retornaremos em agosto, meus alunos lá estão ansiosos para ver as novidades que estou levando”.

Segue a entrevista completa, que serviu de base para a matéria da edição de junho do Jornal Falando de Dança, sobre os cem anos da imigração japonesa.

  • Clique AQUI para retornar para a matéria principal, sobre a imigração japonesa.

Nome completo e idade
André dos Santos Yumoto,31anos,1 grau(infelizmente tive que parar por motivo de trabalho)

Natural de onde?
Praia Grande-SP

Aprendeu a dançar com quem?
Desde criança já gostava muito de dançar, cheguei a dançar muito lambada que na época era o ritmo que pegava fogo, e ter um grupo cover do Newkids. Mas a Dança de Salão sempre me chamou a atenção. As pessoas que me conheciam viviam me pedindo para ensiná-los aqui no Japão. Até que decidi ir ao Brasil estudar um pouco. Após a minha volta, foi muito difícil para ensinar, tive que ralar muito. Hoje já se passam três anos dando aulas e tenho muito orgulho de ter alunos como os meus! Esse ano, realizarei meu sonho, de fazer aulas em VÁRIAS cidades do Brasil.

Que profissionais da dança contribuíram para sua formação?
Fiz aula na Academia Cia e Terra com os professores Fabiana Terra, Marquinhos, Priscila e entre outros; e também na Cia André Franco, com a Professora Andréia e Rafael.

Qual sua ascendência?
Terceira geração.

Como foi parar no Japão?
Vim trabalhar com 17anos, já se completam quase 14 anos.

Vive exclusivamente de dar aulas de dança ou tem outra atividade profissional complementar?
Durante a semana trabalho em fábrica e nos finais de semana, aulas.

Sua parceira é japonesa?
É brasileira, conheci ela numa balada, seu nome é Priscila, aprendeu a dançar comigo e agora estamos juntos para poder aprender mais.

Perfil de seus alunos?
Meus alunos são descendentes e alguns japoneses. Conheceram a dança através da minha aula, pois muitos já estão "anos" no Japão, apenas trabalhando. Alguns deles nem se quer lembra muito do Brasil e muito menos da cultura rica que ele tem!Tenho muito orgulho do meu trabalho, pois mudei a vida de cada um deles. Desejo que eles sejam os melhores!!

Qual o ritmo preferido deles?
Eles gostam de todos, mas no começo era só o forró. Agora o que está chamando a atenção é a gafieira.

Qual a maior dificuldade deles?
Tempo e lugar para praticar.

A comunidade de praticantes de danças brasileiras é grande?
Ainda não, mas estou querendo multiplicar.

Se reúnem para praticar em algum lugar específico?
Não temos local específico, mas quando tem balada em alguma região convidamos todos!

Que ritmos você?
Forró, gafieira,country (o zouk ainda é um ritmo que não passei para eles).

A cultura diferente não dificulta o aprendizado?
Não,eles são muitos esforçados.

Aí, como aqui, tem mais cavalheiros que damas?
Depende da região.

  • Fotos, de cima para baixo: André e Priscila, em baile na Academia Jimmy de Oliveira, com quem tiveram aulas; o casal apresentando samba em um evento; diplomação de nível da turma de dança de salão da Academia Dança A2, de André; turma de alunos de André.

1 comentários:

Rafha Biazzi disse...

Caramba! Fiquei muito emocionado ao ver o André Yumoto, amigo Yumoto(como o chamo)dando essa entrevista. Fui o 1° prof. dele juntamente com minha parceira Andreia, e sempre acreditamos no potencial dele. A Andreia falava que ele tinha uma pegada(dançante) gostosa de um Brasileiro...rsrs... Ele sempre acreditou nele mesmo e dava pra ver nos olhos dele o amor pela dança, e o talento latente em sua alma. Fico feliz de ve-lo fazer tão belamente outras pessoas felizes com a arte da dança a dois.

Desejo sucesso ao André e a Pri.

Parabens ao jornal pela entrevista.

Att;

Rafhael Biazzi

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